segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ILLERA, José Luis Rodríguez; ROIG, Anna Escofet. Ensino e aprendizagem de competências comunicacionais em ambientes virtuais. COLL, César; MONEREO, Carles (orgs.). Psicologia da Educação Virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. (p. 329 - 345) [Resenha].Cap-16



Ivanderson Pereira da Silva

Este capítulo, tem por principal objetivo “refletir sobre a influência das tecnologias digitais na comunicação e, mais concretamente, a respeito de como foram criados novos ambientes comunicacionais com características determinadas e no modo pelo qual esses novos ambientes comunicacionais podem ser usados com finalidades educacionais” (p. 329). Desta forma, percebe-se que o foco da discussão está centrado na interação nos espaços virtuais.
Na parte introdutória do capítulo, ao autores vão partir da premissa que nem o uso que se faz, nem os suportes tecnológicos de interação são neutros e isso determina a forma como as pessoas se comunicam nos espaços virtuais. “cada um de nós pode usar a internet com fins comunicacionais completamente diferentes: para estar em contato com os amigos, para jogar, trocar informação, trabalhar, etc. Mas, ao mesmo tempo, tudo aquilo que nos define como indivíduos (idade, sexo, experiência, etc.) também influencia nos modos como nos comunicamos pela internet. [...] Além disso, a comunicação mediada pelas TIC toma a forma de diversos aplicativos e suportes tecnológicos – chat, fórum, correio eletrônico, etc – que determinam seus traços básicos e caracterizam diferentes modalidades comunicacionais.” (p. 329).
Está organizado em dois tópicos. O primeiro, intitulado “A comunicação mediada por computador” enfoca e se organiza em seus subtópicos. O segundo tópico intitulado “Linhas emergentes: espaços de comunicação colaborativa”.

Na parte introdutória do tópico intitulado “A comunicação mediada por computador” os autores vão definir a a Comunicação Mediada por Computador da seguinte forma:
O campo da comunicação mediada por computador (Computer-Mediated Communicaton, a partir de agora CMC) é uma referência descritiva ao conjunto de criação de mensagens e de situações comunicacionais mediado por programas de computador” (p. 329)
Para os autores, CMC “(em inglês, Computer-Mediated Communication). Termo que se refere ao conjunto de situações comunicacionais entre dois ou mais indivíduos mediadas por aplicativos informáticos (como, por exemplo, mensagens instantâneas, e-mails e blogs)” (p. 344)
Tais programas são analisados pelos autores sob três enfoques: temporal, social e relativa à difusão.

  • Em relação à dimensão temporal, a diferença refere-se ao fato de que a comunicação síncrona – ou em momentos temporais diferentes – comunicação assíncrona. Consequentemente, as mensagens síncronas geralmente geralmente se caracterizam pela brevidade e pela rapidez das trocas, enquanto as assíncronas costumam promover trocas mais elaboradas, ainda que descontínuas. (p. 330)
  • A dimensão social diferencia os aplicativos segundo o âmbito em que estão situadas as intervenções de cada indivíduo, seja na esfera privada, seja na pública. Algumas das características que são afetadas por essa dimensão estão relacionadas com o tom, com o grau de familiaridade e com o uso das convenções linguísticas. (p. 330) Tem a ver com se o software é gratuito ou pago.
  • A dimensão da difusão está centrada no alcance da comunicação que se estabelece, podendo ser única ou múltipla, conforme o caso, se os destinatários são um indivíduo ou um coletivo, o que também influi no uso dos aplicativos por parte do usuário. (p. 330). Esta tem a ver com se a interação é de um para um, de um para muitos ou de muitos para muitos.

Os autores vão citar alguns suportes tecnológicos de interação tais como o correio eletrônico, o chat, os MUD (Multi-User Dungeon) – espaços de jogo interativo; os fóruns, os wikis e os blogs. Ao fazer a descrição de cada um os autores vão aponta-los como tendenciados a determinados tipos de interação.
O primeiro subtópico intitulado “limites e vantagens” é extremamente rico do ponto de vista da densidade de informações que nele estão dispostas. Inicialmente os autores vão ponderar as características da comunicação estabelecida num ambiente real e a comunicação num ambiente virtual.
  • Pea (1996), assinala algumas diferenças entre tipos de comunicação. As conversações e as interações que ocorrem no dia a dia acontecem em um cenário rico em estímulos, no qual se misturam as mensagens corporais, os gestos e as expressões faciais, e no qual se misturam as mensagens corporais, os gestos e as expressões faciais, e no qual são comunicadas e se transformam as dimensões sociais e afetivas de qualquer relação. Evidentemente, existe um ambiente material em torno dessas situações comunicacionais que inclui objetos físicos e também representações externas, como a escrita, por exemplo. (p. 331)
  • Nos ambientes mediados pelos computadores, a comunicação sofre algumas mudanças. A principal é a diversidade de sistemas simbólicos que cercam o ato comunicacional. Podem aparecer fotografias, animações, gráficos, textos e áudio cuja caraterística principal é a de oferecerem representações simultâneas da realidade. Como símbolos da realidade, representam-na de maneira sinóptica; como símbolos para a realidade, criam essa realidade que apresentam. A partir dessa perspectiva, as comunicações que utilizam esta diversidade de meios sombólicos estão abertas a uma série de interpretações no modo como expressam esta representação de e para a realidade. (p. 331)

Para os autores, “a internet possibilita a comunicação interpessoal e faz isso de maneira exponencial” (p. 331). Defendem ainda que esta exponencial determina novas formas de comunicação decorrentes dos espaços virtuais.
É preciso destacar a maneira pela qual a comunicação mediada pela internet permite a construção da identidade e da pluriculturalidade graças às características desse próprio meio de comunicação. Em primeiro lugar, cada usuário constrói para si, conscientemente ou não, uma identidade eletrônica para apresentar-se na rede. Em segundo lugar, a interação aberta com outras identidades eletrônicas das quais se ignora a proicedência cultutral ou geográfica, somada à ausência de comunicação verbal, promove novas formas de comunicar-se. Finalmente, o caráter mundial e aberto da rede favorece o desenvolvimento de interações interculturais. (p. 331)

A partir dessas novas formas de comunicação, os autores apontam que estas desembocam em novas formas de aprender.
Tudo isso caracteriza uma modalidade de comunicação na qual crianças e jovens se expressam com uma comodidade absoluta; de fato, fazem isso de um modo mais intuitivo e natural do que muitos dos adultos que estão ao seu redor. E esse é justamente um dos pontos fortes do uso pedagógico de uma comunicação mediada por computador. A questão seria aproveitar a capacidade das tecnologias de motivar os jovens utilizando a desenvoltura com que eles a usam. A aprendizagem não acontece principal ou somente em contextos formais de ensino, mas por meio de um processo de prática continuada que normalmente se conhece como “aprender fazendo”. (p. 331)

Neste sentido, os autores vão exemplificar técnicas fundamentadas no “Aprender Fazendo”, tais como os relatos digitais, os blogs, os chats, o correio eletrônico e as mensagens instantâneas.
Um bom exemplo de “aprender fazendo” é o trabalho com relatos digitais. Um relato digital é uma história construída digitalmente a partir de fotografias, documentos, fragmentos de vídeos e uma trilha sonora; tudo isso realizado por meio de tecnologias de fácil manejo, com um ampla difusão social: câmaras fotográficas digitais, equipamentos de escâner e programas não profissionais de edição que são incorporados gratuitamente nas últimas versões dos sistemas operacionais dos computadores pessoais. O ponto-chave dos relatos digitais é narrar acontecimentos, da vida real ou ficções, potencializando o discurso narrativo como meio de comunicação e aprendizagem. Outros exemplos (blogs, chats, correio eletrônico, mensagens instantâneas) também mostram como essas novas formas de comunicação estão muito unidas a uma aprendizagem prática. (p. 331 e 332)

No subtópico intitulado “Competências comunicacionais digitais”, os autores, vão inicialmente trazer definições para o termo Competências Comunicacionais
Pode-se dizer que o conceito de competência comunicacional é, assim como o de competência em geral, muito amplo e não especialmente bem-definido;
Se tomarmos a definição que propõe Perrenoud (1999, p. 7) – “capacidade de atuar de maneira eficaz em um tipo definido de situação, capacidade que se apoia em conhecimentos, mas que não se reduz a eles” – podemos substituir a capacidade de atuar pela capacidade de comunicar e teremos uma idéia sintetizada e aplicada da noção de competência comunicacional;
A competência comunicacional sempre foi pensada como a capacidade para comunicar-se linguisticamente.Neste sentido, as novas formas de comunicação que encontramos e às quais temos feito referência – correio eletrônico, blogs, áudio e videoconferência, wikis, etc. – pressupõe sempre uma competência linguística ou comunicacional prévia às novas modalidades de texto, e baseada sempre em competências orais ou escritas.

Tal evolução favorecida pelos espaços virtuais, tem implicado no desenvolvimento de competências que antes estavam restritas a especialistas.
construir mensagens está se transformando em ser também designer de páginas web, fazer um podcast ou enviar fotografias digitalizadas, isoladas ou compostas, dentro de um documento de texto. [...] os meios de comunicação analógicos equivalentes (música, vídeo, fotografia, grafismo, ilustração, elocução) eram muito especializados, muito mais do que a escrita, e estavam somente ao alcance de um grupo reduzido de pessoas. (p. 332 e 333). [...] algo tão simples de se fazer com um programa de design gráfico, como colocar sombra em uma letra dentro de um círculo também sombreado e fazer variações para decidir qual logotipo é melhor visualmente, não apenas era muito mais complexo antes como estava ao alcance somente daqueles que tinham uma formação especializada. O próprio fato de poder fazer isso com facilidade supõe um processo de aprendizagem pela prática cujas consequências são muito importantes: aprende-se fazendo com as ferramentas, e esse mesmo processo modifica as capacidades e competências daquele que faz. (p. 335)

Tal evolução decorre do avanço das interfaces da internet e dos “aplicativos, tornando-os mais amigáveis. [...] O resultado desta evolução no design é um ajuste mútuo entre competências requeridas, os processos de produção das mensagens comunicacionais especializadas. É assim que é possível entender o motivo pelo qual muitos usuários declaram que nunca leem os manuais dos aplicativos, uma vez que aprendem por tentativa e erro” (p. 333). Neste sentido, os autores vão propor uma classificação para essas competências:
A criação de uma mensagem multimídia pode ser feita, finalmente, mediante dois tipos de estratégias bastante diferenciadas que, contudo podem coexistir no mesmo processo: criar os materiais a partir do zero ou reutilizar outros já existentes. Em ambos os casos, embora com graus muito diferentes. Em ambos os casos, embora com graus muito diferentes, entram em jogo dois grandes tipos de competências: as relacionadas com a produção de conteúdos (que supõem conhecer os códigos inerentes a cada modalidade significativa e os programas específicos para editar vídeo, texto, imagem ou áudio) e as relacionadas com a composição da mensagem em sua totalidade. Estas últimas supõe um conhecimento específico das possibilidades compositivas – simples em um correio eletrônico, complexas em uma página Web – assim como a adequação ao tipo de mensagem que está sendo composta: unidirecional quando vai ser comunicada sem possibilidade de que os receptores possam interagir com a mensagem; ou interativa, quando eles podem modifica-la ou intervir sobre ela. Mas supõem, também, assim, como as competências relacionadas à produção de conteúdos, uma adequação ao contexto social e comunicacional e aos interlocutores, reais e potenciais, ou seja, os tipos de competências que já vimos ao diferenciar a competência comunicacional da linguística. (p. 333 e 334)

Vão afirmar que “os efeitos cognitivos que a tecnologia produz a longo prazo (os efeitos da tecnologia) e os que ocorrem no curto prazo, devido à realização de atividades com a tecnologia” (p. 334). Outro fator a ser considerado é que “sempre realizamos a CMC ou ações comunicacionais (exceto na comunicação face a face) com algum tipo de tecnologia ou aplicativo, e, por isso, não podemos distinguir se a ação resultante é fruto de nossa competência prévia e aprendida ou de nossa interação com a ferramenta particular que utilizamos”. (p. 335)

No subtópico intitulado “a leitura e a escrita como formas de CMC”, de início, os autores vão tecer considerações acerca do que é competência linguística:

Normalmente, as competências linguísticas têm sido distribuídas segundo um duplo critério de suporte (verbal/escrito) e a atividade (receptiva/produtiva), dando lugar a um quadro simples de classificação. Esse nível tão genérico foi matizado por meio da introdução do conceito de gênero comunicacional ou de texto, que permite adequar essas grandes competências aos contextos de uso real e às condições de produção de textos completos. Os gêneros e os tipos de textos são na verdade, os que determinam se realmente somos competentes em relação a uma situação e intenção comunicacional: saber escrever (em geral) não supõe saber escrever poesia, um documento jurídico ou um artigo científico. (p. 335)

No que tange à CMC, os autores vão destacar que:

A CMC introduziu muitos gêneros e/ou tipos de textos novos: o correio eletrônico, os chats, a videoconferência, os podcasts, para citar apenas uns poucos deles. Alguns são uma variação simples de outros já conhecidos, como uma audioconferência, que praticamente não requer habilidades novas; outros inventam suas próprias convenções e léxico, por um princípio de economia, como as mensagens SMS ou o chat; e outros, ainda criaram uma dinâmica nova, mais distanciada de competências prévias, como as escritas hipertextual e colaborativa. Em termos gerais, pode-se dizer que as competências verbais (compreensão auditiva e fala) experimentaram pouca variação em seu núcleo de habilidades cognitivas, enquanto as escritas (leitura e composição escrita) mudaram muito mais e multiplicaram-se os tipos de texto que por meio delas são produzidos. A dissimetria também está relacionada aos programas de computador que possibilitam a criação de novos tipos de mensagens. (p. 336)

Ao definir o que a CMC proporcionam não somente novos tipos de texto, mas apontam também novos tipos de indivíduos.

Não só os novos tipos de textos resultantes das novas ferramentas e situações comunicacionais mudaram a comunicação como também contribuíram para isso os próprios indivíduos que se comunicam. Alguns autores insistem em distinguir as práticas comunicacionais e culturais que caracterizam os denominados “nativos” e “imigrantes” digitais. Certamente, esses nativos requerem pouca instrução convencional para comunicar-se digitalmente: aprendem pela prática, ou sob formas de auxílio entre colegas, por tentativa e erro, vendo exemplos ou pedindo ajuda em fóruns e chats. (p. 336)

Apesar desta característica dos nativos digitais, e daqueles que vão se apropriando das TIC, de aprender na prática, os autores vão considerar que em algumas situações, tal estratégia não vai se efetivar.
Contudo, quando as ferramentas são utilizados para propósitos muito concretos, ou complexos, ou para projetos de um certo tamanho, que supõem coordenação e que requerem não apenas possuir um domínio técnico como também uma adequação de conteúdos específicos, seu uso nem sempre pode ser aprendido de maneira prática, ou experimentando, e a ajuda continuada do professor mostra-se muito importante. (p. 336)

Após tecer essas considerações os autores vão explorar em subtópicos posteriores as competências de recepção e de produção. No subtópico intitulado “competência de recepção”, os autores vão apontar três dimensões, auditiva, audiovisual e de leitura.

  • Não há dúvida de que a tecnologia que nos últimos anos levou a mudar a percepção sobre esse tema é a criação de podcasts. Os podcasts são simples arquivos de áudio, normalmente em formato de compreensão mp3, que são baixados da internet e que podem ser reproduzidos tanto no computador quanto em pequenos reprodutores portáteis. A portabilidade permitiu mudar seu uso e retrnasformá-los em autênticas guias educacionais para estudar línguas – ou, no mínimo, sua parte auditiva. (p. 336 e 337). Para os autores, “Podcast, é um arquivo de áudio, normalmente em formato de compressão mp3, que pode ser baixado da internet e que é reproduzido tanto no computador quanto em pequenos reprodutores portáteis. Os podcasts (e os videocasts) são uma nova forma de publicação, muitas vezes pessoal, que permite uma comunicação auditiva unidirecional”. (p. 345)
  • Outros, mais complexos, incluem vídeo ou animação e dão lugar a verdadeiras lições audiovisuais, que também podem ser transportadas em reprodutores, com o iPod ou outros; (p. 337)
  • No caso da linguagem escrita, a competência receptiva é a leitura. A leitura eletrônica, com suas diferenças em relação à leitura convencional e suas características específicas, tornou-se generalizada graças à internet e foi incorporada aos novos alfabetismos. Existem muitas propostas para a utilização educacional das vantagens oferecidas pela a leitura eletrônica em suas variadas formas e paras melhorar a competência leitura em todas as suas dimensões. (p. 337)

No subtópico intitulado “competências de produção: a escrita” os autores vão enfocar a escrita hipertextual. Os autores destacam que as competências de leitura e de produção escrita, referem-se a:
  • Uma nova competência construída pela escrita (e leitura) hipertextual;
  • Novas ferramentas que denominaríamos de contexto único e que aglutinam os processos de leitura e de escrita em um único espaço;
  • Novas ferramentas para a escrita colaborativa;
  • Novas ferramentas para facilitar o planejamento e/ou a publicação dos escritos pessoais. (p. 338)

No subtópico intitulado “Novos textos e novas ferramentas”, os autores vão classificar inicialmente de duas meneiras:
  • Simples (curtos, expressivos ou descritivos) – alguns dos suportes para a produção de texto, como os blogs, os SMS ou os chats, utilizam, em sua maioria, textos simples, relativamente curtos ou muito curtos, dado que, pela própria situação de comunicação, assim como pelas limitações técnicas existentes no momento em que surgiram, não poderia ser outra maneira. (p. 339)
  • Complexos (longos, argumentativos) – os textos escritos complexos, aqueles que por seu tamanho (textos longos e, portanto, com uma estrutura narrativa necessariamente muito elaborada) ou por suas características formais (por exemplo, textos argumentativos ou narrativos) requerem aplicativos para a composição de documentos ou para o planejamento do texto, ou até aplicativos de tipo colaborativo, são os que tradicionalmente são vistos como composição escrita ou, inclusive, como alfabetização avançada. [...]. A exemplo disso, temos aplicativos destinados aos processos de revisão – como correção ortográfica e outras, algumas delas muito especializadas, como as que utilizam os roteiristas de cinema e televisão (p. 340)

Faz inclusive mais duas considerações. A primeira vai na direção de aplicativos que convergem leitura e escrita, que os autores chamaram de contexto único. A segunda consideração é a seguinte:
Outra categoria de novas necessidades, neste caso de produção da comunicação, são as que ocorrem como resultado de processos colaborativos em situações laborais ou educacionais. A escrita colaborativa não é nova, mas o são as ferramentas informáticas que permitem a coordenação entre diferentes usuários. Elas poderiam ser classificadas em dois subtipos:
  • Aquelas baseadas em aplicativos desktop, normalmente com suporte para Web, - os aplicativos desktop tradicionais incorporaram, em alguns casos, componentes colaborativos, como, por exemplo, marcar com cores as revisões e consolidar determinadas mudanças. Isso é habitual em documentos criados pelo Word e por alguns outros programas. (p. 342)
  • e as baseadas em tecnologias de rede com diferentes graus de capacidade colaborativa: dos editores de texto aos wiki. – o segundo tipo de aplicativo é baseado no desenvolvimento de editores de texto que funcionam dentro de navegadores, ou seja, guardando seus dados remotamente e permitindo, portanto, acessá-los de computadores diferentes. A estes editores (como Google Docs, anteriormente denominado Writely). (p. 342)

No último tópico, intitulado “Linhas emergentes: espaços de comunicação colaborativa”, os autores vão destacar os wikis como sendo o fundamento que baliza o desenvolvimento de aplicativos de comunicação colaborativa.
A maioria dos aplicativos que permitem a comunicação colaborativa estão baseados na tecnologia wiki. Um wiki é um site que permite modificar instantaneamente seus conteúdos de maneira colaborativa. Ou seja, assim como a maioria das páginas Web são projetadas para serem lidas, em um wiki os usuários podem editar a informação e acrescentar ou mudar o que considerarem pertinente, tudo isso sem conhecer nenhuma linguagem de edição Web. [...] o exemplo mais conhecido é a Wikipédia. (p. 342)

Para os autores, “wiki é uma tecnologia que permite a modificação instantânea de uma página Web. O conteúdo da página pode ser editadopor vários usuários, a fim de criar, modificar ou apagar o conteúdo de maneira interativa e colaborativa por meio de um sistema de notação. Esse sistema, relativamente simples e intuitivo, conserva um histórico das mudanças que permite recuperar facilmente qualquer estado anterior da página”. (p. 345)
Após se posicionar frente às wikis como sendo o fundamento dos demais aplicativos de comunicação colaborativa, os autores vão tecer as considerações finais do tópico e consequentemente do capítulo:
A CMC colaborativa ainda está em uma fase inicial e parece que a competência normalmente envolvida é a de editar e corrigir o texto de outros autores, ou seja, adotar outra perspectiva e assumi-la ou rejeitá-la na forma linguística que adota. Provavelmente ainda é cedo para defini-la melhor, mas o que denominamos ferramentas de contexto único, a visualização de outras fontes de informação de maneira simultânea, ou a recepção de ajudas escalonadas aos links de hipertexto, serão fundamentais para entender sua evolução e seu potencial educacional. (p. 343 e 344).

Ao final do capítulo, os autores apresentam no glossário a definição de CMC, Emoticons, Podcast e Wiki, além de sugestões de textos e sites para leitura exploração complementar.

Um comentário:

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